segunda-feira, 25 de agosto de 2008

The Agile Ostrich Development Method Development Method

Como Andy Warhol preconizou, todos têm direito a seus 15 minutos de fama. Hoje, através da blogosfera, conseguimos atingir a institucionalização dos 15 minutos para as massas.

Não que eu considere Warhol. Para mim, contestação pseudo-aforística baseada apenas em devaneios pessoais, sem embasamento (não necessariamente empíricos, mas também racionalistas) valem tanto quanto um churrio intelectual. A blogosfera é um ambiente propício para isso, onde pálidos arremedos de empirismo são declarados como verdade prontamente generalizável.

Um filósofo brasileiro, talvez o único legítimo na nossa atualidade diz que as pessoas não deveriam esperar ser ouvidas sobre um determinado assunto por mais tempo que se dedicaram a estudar ou refletir sobre o tema. É um argumento objetivo, apesar do caos mental em que as pessoas andam imersas atualmente onde referenciais, se muito, entram em obsolescência em uma velocidade maior do que a maioria das pessoas consegue lidar.

Técnicos (bem como profissionais em alguma pos) gostam de ouvir a própria voz. É uma questão de Ego (um dia exponho a Teoria do Hamsterismo em Profissionais de TI, desenvolvida por um camarada meu desenvolvedor e dublê de psicólogo). Teorias são prontamente formadas baseadas em crenças, medos, preconceitos e observação enviesada do micro-ambiente circundante ao observador.

Neste sentido, deixo uma proposta anedótica de um meta-metodologia para desenvolvimento de software (não tão desenvolvida quanto o Glacial Methodology) ágil. Baseada unicamente na minha experiência ao analisar o comportamento das pessoas. Ela é absurdamente simples. É baseada unicamente pelo amálgama do buzzword oriented development com o comportamento clássico de pessoas avessas a mudanças (ou não muito dadas ao rompimento com o cordão umbilical de sua zona de conforto).

Eu chamo de Meta Agile Ostrich Development (MAOD). Segue:

  1. Devemos analisar nosso ambiente;
  2. Devemos ignorar completamente 40 anos de avanços em Engenharia de Software;
  3. Empiricamente ("" como diria Dr. Evil) devemos analisar o ambiente sócio-técnico de estudo;
  4. Formulamos uma hipótese pseudo-aforística, por exemplo: "vamos queimar a documentação de requisitos do software e elevar testes de software ao status de especificação" que aparentemente elimine a necessidade de tal burocracia passe a ser lei;
  5. Indo de encontra todos os fundamentos da honestidade intelectual, elevamos a hipótese unicamente baseada em nossas crenças ao nível de imperativo categórico;
  6. Insituimos a generalização e aplicabilidade do nosso modelo de forma ampla e irrestrita;
  7. Criamos um post no blog;
  8. Ficamos a espera de um feedback da comunidade que corrobore nosso sentimento auto-indulgente e rebatemos críticas ao estilo Groucho Marx: "Em quem você vai acreditar: em mim ou nos seus olhos?".
Este método de raciocínio orientado ao umbigo é parecido tem um modelo paralelo encontrado na natureza: é o comportamento do avestruz (ostrich). Para fazer uma análise adequada e rigorosa do ambiente basta enfiarmos a cabeça na areia (Ok, é um mito, mas vale como metáfora).

A buzzword do momento definitivamente é Agile. Concordo com meu camarada Diego Pacheco. Basta complementarmos uma série de princípios baseados no comportamento padrão das pessoas (tanto em stand alone como em organizações). Esta é a cereja no topo do bolo (se fosse uns 3 anos atrás era só trocar por Spring ou Hibernate).

Voilá! Temos uma metodologia de desenvolvimento com sex appeal. Com apelo às massas.

É só postar e esperar nossos 15 minutos profetizados por Andy Warhol.

1 comentários :

  1. Diego Pacheco disse...

    Nilseu,

    Excelente post, acho que seu post acrescenta os meus últimos posts:

    http://diego-pacheco.blogspot.com/2008/08/negar-mais-fcil-do-que-entender-verdade.html

    http://diego-pacheco.blogspot.com/2008/08/agile-o-buzzword-do-momento.html

    E de fato existe um problema muito sério com o movimento ágil. O que ocorre como você mesmo disse é que eles alem de esquecer esses 40 anos de evoluções da Engenharia de software, tem o cinismo de colocar tudo em um grande saco de gato.

    Saco de Gato? Pois é eles adoram fazer desenhos do tipo:

    <----- ---->
    Agile Waterfall

    Acabam esquecendo o que existe no meio disso tudo como por exemplo: RUP, PMI, Planejamento Estratégico, Requisitos, Qualidade de software e outras tantas coisas.

    Ai cria-se o seguinte conceito "Agile" é bom e o resto é tudo cascata, maldita hora que o Martin Fowler chamou isso tudo de "Tradicional".

    Abraços.