segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Enquanto a água não baixa do pescoço

Bom, estou aqui no mestrado, até o pescoço com a minha dissertação. Vou relaxar um pouco com algumas divagações. Assim que eu me livrar dessa naba vou escrever algo um pouco mais decente.

No mais, como posso descrever a sensação de se ter chegado ao mestrado... uma realização. Como posso descrever a sensação de ter chegado ao último semestre do mestrado... um terror. Não nasci para escrever textos com mais de cinco laudas.

Até eu escrever alguma coisa que preste na minha proposta, não tenho muita coisa a desenvolver por aqui, portanto vamos para o básico. Crenças:

  • A tentativa de enquadrar a Ciência da Computação no ramo das Ciências Naturais... falhou;
  • A metáfora das demais Engenharias aplicada à Ciência da Computação... também falhou.
Em relação à primeira crença, achei uma base interesante para minhas digressões, talvez não seja novidade para alguns acadêmicos. Vou tentar esclarecer (também pra mim) um pouco este imbróglio, sobre ombros de gigantes, em um segundo momento.

Em relação à segunda, bom esta acredito que seja mais tangível para nós na vanguarda (no sentido "infante"da palavra) da TI. Estamos vivendo um momento onde a Crise de Software que originou a própria Engenharia de Software como disciplina simplesmente não encontrou uma solução definitiva.

Isso mesmo, se construíssemos pontes, elas ruiriam, se construíssemos modelos teóricos (for real) rigorosos talvez ainda não tenhamos conseguido a lâmpada elétrica (sendo que Thomas Edison era um baita 171, vi no History Channel). Certo, não temos o corpo de conhecimento formado tal outras áreas, mas dada a devida proporção talvez pudéssemos ficar tranqüilos.

O problema é que nós somos ourives, ferreiros ou marceneiros (enfim, ponha seu "*smith" aqui). Vivemos do nosso (amado, espero) trabalho e nossos clientes são insaciáveis na demanda por novas ferramentas, novas estruturas, novos mecanismos. Seguindo uma analogia artesanal poderíamos até fazer anéis, braceletes ou pulseiras.

A má notícia é que a confecção da coroa ainda está longe do alcance da maioria de nós. Uma notícia pior ainda: muitos reis querem novas coroas e tantos outros querem manter e melhorar os adornos de suas coroas.

Só conseguiremos atender a novos reis se, com humildade e questionamento constantes (ok, um pouco de competição ajuda muito a azeitar a máquina), resolvermos honestamente melhorar nossa arte.

Aqui vai a notícia péssima. Quem está realmente disposto a encarar o desafio?

Claro que não estou falando da construção da coroa.

2 comentários :

  1. Diego Pacheco disse...

    Nilseu,

    Parabéns pela iniciativa de criar um blog. Você tem muito a contribuir para esse mundo vermelho e obscuro.

    Abraços.

  2. Diego Pacheco disse...

    Meu desabafo, só para acrescentar ao post do amigo:

    http://diego-pacheco.blogspot.com/2008/08/negar-mais-fcil-do-que-entender-verdade.html